JOÃO-DE-BARRO
ENGENHEIRO
Dona Graúna era a professora velha e boazinha que ensinava
às avezinhas da floresta a ler, escrever e contar. Tinha os olhos pequenos e
óculos enormes por cima do nariz e, quando se zangava, ficava de cara vermelha
e agitava as asas.
Acontece que, quase sempre, dona Graúna estava de cara
vermelha e agitando as asas, porque todos os seus alunos eram levados da breca.
Todos, não. Havia Joãozinho, um pássaro pardo e estudioso, que ficava quieto,
prestando atenção à aula, enquanto os outros faziam estripulia.
Dona Graúna elogiava: “Este Joãozinho vai longe… É aluno
como os do meu tempo”. E aí ficava falando duas horas de como era no tempo
dela.
Enquanto os outros alunos pintavam os nomes nas paredes,
saltitavam de carteira em carteira, cochichavam recados, sujavam os móveis e
faziam artimanhas, o Joãozinho estudava.
E, quando não estava na aula estudando, quase nunca acompanhava os colegas pelos passeios na floresta. Tinha uma mania esquisita e todos riam dele. Joãozinho gostava de ficar brincando com barro. Ia para a beira dos regatos e ficava amassando barro, bom o bico, fazendo coisas. Um dia, quando o Pintassilguinho o viu brincando, pôs-lhe um apelido gozado: João-de-Barro. Depois disto, todo o mundo na escola passou a chamá-lo assim. Mas Joãozinho não se importava com o apelido e, para dizer bem a verdade até gostava dele.
E, quando não estava na aula estudando, quase nunca acompanhava os colegas pelos passeios na floresta. Tinha uma mania esquisita e todos riam dele. Joãozinho gostava de ficar brincando com barro. Ia para a beira dos regatos e ficava amassando barro, bom o bico, fazendo coisas. Um dia, quando o Pintassilguinho o viu brincando, pôs-lhe um apelido gozado: João-de-Barro. Depois disto, todo o mundo na escola passou a chamá-lo assim. Mas Joãozinho não se importava com o apelido e, para dizer bem a verdade até gostava dele.
Uma manhã, saiu de casa com aqueles planos todos e,
escolhendo um jenipapeiro bem bonito, começou a trabalhar. Ia ao regato,
amassava barro e o trazia no bico, até o galho escolhido, no pé de jenipapo.
Seus antigos colegas, como sempre, passaram por ali e riam dele. Achavam muito
engraçado aquelas paredes fracas que o Joãozinho estava erguendo, no alto da
árvore.
Mas, depois de um mês, ninguém mais ria. Até pelo contrário,
todos tinham os olhos arregalados de espanto: Joãozinho havia construído, no
alto da árvore, um palacete, com dois andares, portas e tudo. E havia se mudado
de um feio ninho de capim – como os de todos os seus amigos – para aquela
casinha linda!
Ah! Aí é que foi. Nunca a passarela da floresta teve tanta
inveja. Mas o que fazer? Nenhum dos outros passarinhos tinha sido bom estudante
e nem tinha conhecimentos e técnica para fazer planos e projetar uma casinha
daquelas. E tiveram mesmo de se contentar em continuar vivendo em ninhos de
capim.
Até hoje, só João mora em casa de barro sólida e bonita. E é
o único pássaro arquiteto da natureza.
(Adaptado de André de Carvalho)
INTERPRETAÇÃO
1. Qual é o título do texto?
2. Quem é o autor do texto?
3.Qual é o tema?
4. O texto tem quantos parágrafos?
5. Quem são os personagens que aparecem no texto?
6. Onde se passa a história?
7. Em sua opinião o que significa a expressão “levada da
breca”?
8. Todos os alunos de Dona Graúna eram levados? Justifique
sua resposta.
9. Quando os alunos faziam bagunça o que fazia a professora?
10. Qual apelido João ganhou e por quê?
11. O que aconteceu quando os outros pássaros viram a casa
de João pronta?
12. Por que os outros pássaros não faziam casas como a de
João?
13. Em sua opinião o que podemos aprender com essa história?
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