O palhaço era bom. Sonhava muito. Sonhava que no mundo todos deviam ser bons, alegres, bem-dispostos. O palhaço não tinha pai nem mãe. Vivia sozinho, desde criança. Sozinho com o seu coração de oiro. Um dia pensou: - Vou fazer rir todos os meninos! E deitou-se a sonhar.
No dia seguinte, pegou numas calças velhas, cor de ferrugem. Num casaco de quadrados encarnados e verdes, muito largo, que era tão grande que nele caberiam dois palhaços. E nuns sapatos muito grandes, também amarelos como as patas de um pato!
E numas luvas enormes, muito brancas.
E por fim - e isso era tão importante! - num macio chapéu verde tenro da cor dos prados antes das papoilas nascerem como pingos de sangue.
Lindo, o nosso palhaço!
Matilde Rosa Araújo, Livro "Pequenos Leitores 3", Porto Editora
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